Bora estudar arpejos?

Vídeo com exercício de arpejos – mão direita.

Assim disse o senhor e mestre:

Para alcançar resultado satisfatório, é necessária … a constante atenção mental, a fim de não executar um só movimento sem haver pensado previamente (Abel Carlevaro)

Essa frase finaliza a introdução do Caderno de Escalas de Abel Carlevaro, e acho que se aplica muito muito bem para o caderno de arpejos. Mas e o que Carlevaro quis dizer com isso?

Minha dica: para você tocar satisfatoriamente, o controle de articulação dos sons deve ser completo e que você e apenas você deve ser responsável pelo movimento das mãos.

E aí você se pergunta: “tá, mas e quando não sou eu o responsável pelo movimento da mão, se ela é minha”?

E aí eu digo: “ahhhhhh, mas quantas vezes você mexe o dedo médio e o anelar vai junto? ou quantas vezes você faz a articulação das notas e acaba esbarrando na corda de cima, ou ainda que você toca, mas os dedos doem por força em excesso?”

E você: “putz, várias…”

Então aí que o sino dobra. Quando você pratica um estudo como esse do vídeo, você é estimulado a trabalhar de modo que todo movimento – incluindo o toque e o relaxamento dos dedos – deve ser cuidadosamente articulado em um tempo certo e com o menor movimento possível, tentando sempre deixar os dedos relaxados, sem força nem tensão muscular, até o momento dele tocar a corda.

Então coloque o metrônomo na velocidade da lesma e vá executando os arpejos buscando sempre um som adequado, bem articulado, cheio e confiante.

Aproveite, jovem violonista! Essa é a hora de colocar a mão direita em dia.

Clique aqui, estude e compartilhe o vídeo (não necessariamente nessa ordem) 🙂

Resenhas sobre dois concertos: SPIO e Violão e Ponto.

Comentários sobre dois recitais de música nova.

Viva a música viva!!!

E viva mesmo. A produção musical atual está de vento em popa. Ah, sim… sempre tem aqueles com um espírito passadista, saudoso e reclamão que constrói uma lista de argumentos contra a produção musical atual, falando que em tal ou tal época de sua vida a música era melhor, que os artistas do passado eram melhores e blá blá blá…

Sempre que vejo esse tipo de comportamento me pergunto: o que essa pessoal ouve? Em quantos concertos ela vai por semana? E por mês? Quais artistas independentes ela busca quando acessa o YouTube ou o Spotfy?

Acho que a música atual está em pleno vapor, produzindo cada vez mais e mais. E sem dúvida, uma das características da música atual é a diversidade. Talvez seja esse o fio condutor da atualidade estética. E faço esse post para comentar sobre dois concertos os quais penso serem bons exemplos de como a música atual está não só viva, mas na aurora de uma vida longa.

Spio na Casa das Rosas.

Dia 16 de março de 2018 a SPIO – São Paulo Improvisadores em Orquestra – tocou na charmosa Casa das Rosas. O concerto foi regido por Daniel Carrera, função na qual tem desenvolvido uma boa prática, e somava com quase 20 músicos (e um artista visual) que criavam em tempo real a música, segundo as indicações do regente. A Spio tem se configurado como uma importante representante desse gênero de improvisação, já lançou o primeiro disco (com regência de Guilherme Peluci) e tem se apresentado em diversas casa especializadas de São Paulo. Alvo de críticas positivas, as apresentações ao vivo da SPIO também tem sido cada vez mais recorrentes e são sempre uma boa oportunidade para ver e ouvir uma formação não usual tocando música improvisada. Acredito que nesse porte em São Paulo a SPIO seja a única orquestra de improvisadores ativa e atuante. Talvez uma das poucas do Brasil. Segundo o crítico Fabrício Vieira, em artigo sobre a apresentação que a SPIO fez na casa BREVE – Pompéia, a apresentação da orquestra mostra “o porquê de ser um dos projetos mais interessantes da cena local…”

O time que tocou nesse dia foi:

Condução: Daniel Carrera
visuais: Pinkalsky
voz: Susan Grey
trompetes: Amilcar Rodrigues, Romulo Alexis
trombone: Thiago Ornelas
trompa: Matias Fisher
sax alto: Rodrigo Olivério, Mariana Oliveira
sax barítono: Erico Prat
clarone, flautas, trombone: Richard Fermino
oboé: Tiki Marques
guitarras: Luiz Galvão, Daniel S. Mendes
contrabaixo: Caio Duarte
cello: Luis Lucena
piano: Marcelo Laguna
bateria: Rafael Cab
percusão: Yuri Braga

E fiquem atentos que em breve tem mais shows. No dia 28 a Spio tocará na Trackers, como parte da série de concertos do Improvise, que ocorre sempre nas quartas-feiras. Em breve será divulgado um evento no facebook, sigam a página da SPIO para acompanhar. Além disso, no dia 27 de abril a SPIO volta à Casa das Rosas para fazer um concerto com temática sobre refugiados. Recomendo fortemente ambos os concertos.

Palco Aberto, do Violão e Ponto.

Dia 17 o Violão e Ponto: o clube do violão solo organizou um Palco Aberto em uma bela galeria de artes, a Ocuparte. O Palco Aberto tem uma proposta imprescindível para o estímulo a música nova, que é motivar músicos de diferentes formações e estágios de sua carreira musical a porem em prática sua musicalidade. Muitas vezes músicos profissionais de grande repercussão dividem o palco com jovens estudantes de violão, o que é uma incrível oportunidade. Isso não apenas dá a chance a esse jovem músico de mostrar sua prática musical como também de receber retornos de pessoas mais experientes, e ir testando como funciona suas experimentações expressivas. Dessa maneira um programa como o Palco Aberto sedimenta artistas de mais renome, estimula os novos e novas artistas a enfrentarem a prática de palco e criar gradualmente um público ativo e consumidor dessa música – o que, na minha opinião, é algo visceral para que a música (sobre)viva. Essa edição contou com a presença de Daniel S. Mendes (este que vos escreve), Gabriel R Maron, André Azambija, Fernando Alves (um dos criadores do Violão e Ponto) e o Duo Fryvan. Como a temática do evento foi sobre Compositores Vivos, todos os músicos tocaram peças ou arranjos próprios, senão, de outros jovens compositores, fato que, para mim, só engrandece o evento.

Acredito que o Violão e Ponto, em especial na programação do Palco Aberto, tem exercido uma função ímpar de estimular música nova para violão, novos e novas artistas, preservando a diversidade estilística e técnica.

Quer mais?

Conheça a página do facebook da SPIO, aí tem acesso às informações atualizadas da orquestra.

Ouça o primeiro disco da SPIO.

Conheça o blog do Violão e Ponto.

Respostas do 1° exercícios de escalas.

Resposta do primeiro exercício.

Olá, pessoal.

E aí, foi fácil demais responder às questões sobre escalas??? E quem ficou olhando para folha como se tivesse escrito em grego???

Bem, para ambos envio hoje as respostas. Nessa primeira vez disponibilizarei ela no blog também, basta clicar aqui. Vale mencionar que no Curso de Violão tem mais materiais e informações que possam te interessar.

Lembrem também de comentarem o que acharam do exercício e sugerirem tópicos para a gente abordar nos próximos.

Bons estudos e até a próxima.

Cifras, partituras e tablaturas: o que devo aprender?

Cifras, tablaturas e partituras. Você sabe bem a diferença entre esses métodos de escrita musical???

Levante a mão quem já buscou cifras de músicas na internet?

Acredito que vários de vocês, leitores e leitoras amantes do violão, já devem ter feito isso.

Mas e mudando a pergunta:

Levante a mão quem já buscou partituras de músicas na internet?

Talvez já tenha sido menos mãos levantadas…

Mas e aí: cifras, partituras ou tablaturas, o que usar?

Nós, do grupo Violão Clássico e Cia, temos a postura de desmistificar o uso de meios diferentes de notação musical. Afinal, a cifra, a tablatura e a partitura não são modos divergentes de anotar música. Ao contrário: eles se complementam.

A cifra é aquele tipo de notação que diz o acorde pronto: todos que conhecem a música e sabem os acordes fundamentais no violão, conseguem ler uma cifra e fazer ela soar bem. Claro que tem inúmeras maneiras de fazer o mesmo acorde, o que não diferenciado numa cifragem normal. Isso fica a cargo do arranjo.

A partitura, por sua vez, é a notação que diz as notas, o rítmo, e a pessoa que está lendo a partitura é capaz de fazer a música soar bem, mesmo sem nunca ter ouvido ela antes. Porém a partitura exige que o músico tenha conhecimentos básicos, desses que se aprende no primeiro mês de aula, como o nome das notas no braço do violão.

A tablatura é diferente. Diz a posição onde a mão do músico deve estar, indicando a casa e eventualmente o modo de tocar (com slide, ligado ou sweep picking). Por outro lado, aquele músico que não tem certeza do ritmo e tem dificuldade de tirá-lo de ouvido vai ter problemas na hora de executar a música. Uma curiosidade: a tablatura é um tipo de notação mais antiga do que a partitura, pois remete à escrita de alaúdes lá nos entornos dos séculos XIV – XVII. Mas isso é um assunto para outra hora.

Viram só. Cada um dos meios de registro musical dá uma oportunidade diferente de entender a música. Por sinal, dá pra notar que na imagem desse post tem tanto a partitura quanto a cifra. O que importa é aprender a música que você gosta e se divertir tocando ela, seja qual for o modo de conseguir isso.

E para você, qual seu método favorito?