E pode errar?

Errar faz parte do processo de desenvolvimento musical. Veja dois casos em duas pessoas em diferentes alturas de sua prática artística.

Essa semana era preparação para o recital de uma escola onde eu presto serviços aconteceu uma situação que achei muito bacana por parte de uma estudante de 12 anos.

A gente estava na aula falando sobre assuntos relacionados à apresentação, como a ordem das músicas, a preparação do violão, e também fazendo aquela coisa meio ‘coach motivacional’ para tentar deixar um clima tranquilo, sem aquela pressão de uma primeira apresentação. Daí no meio do assunto ela diz:

– Ah, está tudo bem. E além disso, não tem problema se eu errar alguma coisa, porque eu ainda estou aprendendo.

Eu achei admirável essa maturidade para uma estudante tão nova. Claro, a gente estuda para se aperfeiçoar e chegar a um nível de se sentir confortável tocando exatamente o que a gente quer, sem precalços de esquecer notas ou falhar algo do som. Mas de qualquer modo, saber se portar em face a eminência de que algo saia do controle é importante. Isso me fez lembrar de um documentário sobre a gravação da peça The West Side Story, composição do genial Leonard Bernstein.

Veja só o tanto que ninguém menos que Pepe – a.k.a. José Carreras -, precisa pelear para conseguir acertar a prosódia da “Maria”. Lá no vídeo, aos 1h02min começa um embate com Bernie e Pepe para acertar essa única palavra na gravação. Isso mostra que nem uma estudante de 12 anos nem José Carreras estão livres desse tipo de sitação. E nem por isso a estudante de 12 anos, e menos ainda José Carreras, devem se frustrarem, nem desmerecem sua prática artística.

Afinal, já diz o ditado: “Herrar é Umano”.

https://youtu.be/j3SEW63LsaM?t=1h1m12s

 

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